Turma A leva poema para Vila Olímpica Por Leandro Almeida
Estamos no dia 4 de setembro de 2008. Vai começar mais um encontro com os alunos do Pro Jovem das turmas A e B da Nova Era. O objetivo da oficina foi se organizar para decidir o que iriam apresentar no dia 06/09 (sábado) na Vila Olímpica. Aquele seria o primeiro grande encontro do projeto e cada turma teria que apresentar algo desenvolvido por eles.A oficineira Ana Paula inicia a oficina conhecendo os novos participantes da turma: Patrícia, de 21 anos, Ágata, de 19 e Débora, de 23.
Logo em seguida, ela lançou um desafio para os jovens. “Quero que vocês adaptem esse poema que eu trouxe usando as palavras mais usadas na grande árvore que montamos na oficina anterior a partir de suas histórias”, disse Ana Paula. A turma foi dividida em dois. Tinha que sair um poema de cada grupo.
A poesia original, de autoria de Ruy Belo, foi extraída do livro Homem de Palavras, publicado em 1970. Ela diz assim:
Árvores que dão pássaros
Os pássaros nascem na ponta das árvores
As árvores que eu vejo em vez de fruto
Os pássaros começam onde as árvores acabam
Os pássaros fazem cantar as árvores
Aos chegar aos pássaros às árvores engrossam
Movimentam-se deixando o reino vegetal para passar a pertencer o reino animal.
Como pássaros posam as folhas na terra quando o outono desce veladamente sobre os campos gostaria de dizer que os pássaros manos das árvores.
Mas deixo essa forma de dizer ao romancista é complicada e não se dá bem com a poesia não foi ainda isolada da filosofia.
Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros.
Quem é que lá os pendura nos ramos?
De quem é a mão a inúmera mão?
Eu posso e muda-se me o coração.
Eis a solução proposta pelo primeiro grupo:
Árvores que enobrecem
Lindas flores nascem na ponta das árvores
As árvores que eu vejo em vez de fruto dão...
Paz de espírito, serenidade e fraternidade.
As folhas começam onde as árvores acabam.
Os dias fazem contar as árvores.
Ao chegar os pássaros as árvores se enchem de alegria ao ouvir belas sinfonias
Como pássaros que cantam quando o outono desce levando consigo as folhas secas. Gostaria de dizer que o amor renasce ao chegar a primavera deixo essa forma de dizer ao passar o tempo é complicado tentar compreender, o amor tem teus, não foi ainda isolado jamais será esquecido.
Eu amo as árvores os frutos, mas principalmente os que dão boas sobras para descanso da minha alma.
Quem é que lá pendura bons momentos de ternura?
De quem é sua alma pura nunca fica insegura?
Eu posso e vejo além, sei que dela cuido bem.
Meu coração não sente dor porque por ela sinto amor.
Esta foi a solução do segundo grupo:
As árvores que dão histórias
Nossas ruas têm muitas árvores com muitas histórias.
Histórias que ficaram guardadas na memória tem uma árvore muito especial
Que serve até pro colesterol.
Tem um coqueiro que é preservado e o cajueiro que deixa o cabelo manchado.
Tem a mangueira do meu avô, por não chegar a tempo de comer seus frutos ele cortou,
E a goiabeira que me alimentava, muitas vezes lá eu namorava.
Nem chuvas ou garoas atrapalhavam bate papo e gargalhadas.
Tinha árvore que era uma beleza servia de sobra pra vizinha fiscal da natureza.
O pé de laranja cheio de espinhos me machucou assim como a fome que lá me levou.
E o pingo de ouro que embaixo eu ficava com minhas amigas histórias eu contava.
E a mangueira que me salvou porque foi nela que o raio parou...
Para finalizar a árvore com muitos frutos que secou assim a história.