quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Novas caras vêem uma nova era

Turma B encena esquete para os novatos
Por Leandro Almeida

Com a chegada da turma, Ana Paula ficou agradavelmente surpresa com o número de caras novas: nada menos que 17 jovens, entre os 23 presentes.

Como a turma já havia pensado no que iria apresentar, a oficineira pediu para que os participantes antigos encenassem o esquete elaborado com base nas palavras chaves das histórias sobre as árvores. Eles toparam.

Esse esquete tinha como epicentro a mangueira de Seu Benedito. Ele a regava todo santo dia.

A árvore começou a crescer e deu as primeiras folhas. Porém, as crianças da rua pegavam as folhas para brincar de casinha. Elas levavam tão a sério aquela brincadeira que até sal colocavam na salada.

Formou-se uma enorme casa de marimbondo e, quando as crianças subiram para pegar manga, foram atacadas pelos insetos. Na queda, elas caíram em cima de um formigueiro. Elas gritaram:

- Ai, quebrei minha bunda! (Bis)

As crianças ficaram traumatizadas e nunca mais subiram na mangueira.

A mangueira passou então a ser o ponto de encontro para as amigas da filha de Seu Benedito. Faltou luz enquanto elas conversavam. Elas ouviram um assobio e sentiram gotinhas d’água da árvore.

Não era chuva, pois a noite estava linda e muito estrelada. Assustadas, elas saíram correndo. Seu Benedito teve vontade de corta a árvore quando soube o que aconteceu. Mas sua esposa, que era muito apegada à mangueira, correu até a árvore e, abraçada a ela, não deixou que o marido a cortasse. A mangueira está lá até hoje.

Uma árvore que dá pássaros na Vila Olímpica

Turma A leva poema para Vila Olímpica
Por Leandro Almeida

Estamos no dia 4 de setembro de 2008. Vai começar mais um encontro com os alunos do Pro Jovem das turmas A e B da Nova Era. O objetivo da oficina foi se organizar para decidir o que iriam apresentar no dia 06/09 (sábado) na Vila Olímpica. Aquele seria o primeiro grande encontro do projeto e cada turma teria que apresentar algo desenvolvido por eles.

A oficineira Ana Paula inicia a oficina conhecendo os novos participantes da turma: Patrícia, de 21 anos, Ágata, de 19 e Débora, de 23.

Logo em seguida, ela lançou um desafio para os jovens. “Quero que vocês adaptem esse poema que eu trouxe usando as palavras mais usadas na grande árvore que montamos na oficina anterior a partir de suas histórias”, disse Ana Paula. A turma foi dividida em dois. Tinha que sair um poema de cada grupo.

A poesia original, de autoria de Ruy Belo, foi extraída do livro Homem de Palavras, publicado em 1970. Ela diz assim:

Árvores que dão pássaros

Os pássaros nascem na ponta das árvores

As árvores que eu vejo em vez de fruto

Os pássaros começam onde as árvores acabam

Os pássaros fazem cantar as árvores

Aos chegar aos pássaros às árvores engrossam

Movimentam-se deixando o reino vegetal para passar a pertencer o reino animal.

Como pássaros posam as folhas na terra quando o outono desce veladamente sobre os campos gostaria de dizer que os pássaros manos das árvores.

Mas deixo essa forma de dizer ao romancista é complicada e não se dá bem com a poesia não foi ainda isolada da filosofia.

Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros.

Quem é que lá os pendura nos ramos?

De quem é a mão a inúmera mão?

Eu posso e muda-se me o coração.

Eis a solução proposta pelo primeiro grupo:

Árvores que enobrecem

Lindas flores nascem na ponta das árvores

As árvores que eu vejo em vez de fruto dão...

Paz de espírito, serenidade e fraternidade.

As folhas começam onde as árvores acabam.

Os dias fazem contar as árvores.

Ao chegar os pássaros as árvores se enchem de alegria ao ouvir belas sinfonias

Como pássaros que cantam quando o outono desce levando consigo as folhas secas. Gostaria de dizer que o amor renasce ao chegar a primavera deixo essa forma de dizer ao passar o tempo é complicado tentar compreender, o amor tem teus, não foi ainda isolado jamais será esquecido.

Eu amo as árvores os frutos, mas principalmente os que dão boas sobras para descanso da minha alma.

Quem é que lá pendura bons momentos de ternura?

De quem é sua alma pura nunca fica insegura?

Eu posso e vejo além, sei que dela cuido bem.

Meu coração não sente dor porque por ela sinto amor.

Esta foi a solução do segundo grupo:

As árvores que dão histórias

Nossas ruas têm muitas árvores com muitas histórias.

Histórias que ficaram guardadas na memória tem uma árvore muito especial

Que serve até pro colesterol.

Tem um coqueiro que é preservado e o cajueiro que deixa o cabelo manchado.

Tem a mangueira do meu avô, por não chegar a tempo de comer seus frutos ele cortou,

E a goiabeira que me alimentava, muitas vezes lá eu namorava.

Nem chuvas ou garoas atrapalhavam bate papo e gargalhadas.

Tinha árvore que era uma beleza servia de sobra pra vizinha fiscal da natureza.

O pé de laranja cheio de espinhos me machucou assim como a fome que lá me levou.

E o pingo de ouro que embaixo eu ficava com minhas amigas histórias eu contava.

E a mangueira que me salvou porque foi nela que o raio parou...

Para finalizar a árvore com muitos frutos que secou assim a história.